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Reflexos e Reflexões

Aprendizagem mediatizada... o que é?


Deparamo-nos cada vez mais com exigências por parte da sociedade, exigências de tempo, de modelos, de metas, há concepções e práticas de ensino que se mantêm, como que se estivessem “cristalizadas” - o recurso às mesmas estratégias para todos os alunos, as exigências de que as aprendizagens sejam adquiridas por todos ao mesmo ritmo e no mesmo espaço de tempo. O que se torna humanamente impossível e está mais do que comprovado que funciona em alguns casos, mas não de forma generalizada, como se desejaria. Por outro lado, há uma maior facilidade no acesso a informação apelativa, sendo por vezes difícil as crianças terem a capacidade de selecionar a mais relevante e orientarem-se no meio de tanta informação recolhida.

Importa não esquecer que cada criança, é uma criança, aprende de determinada forma e no seu próprio tempo, mantém os seus interesses pessoais e detém as suas próprias capacidades, porém, há algo em tudo isto que é generalizável: é que qualquer criança ou jovem tenderá a beneficiar muito mais das aprendizagens que está a experienciar se essa aprendizagem for mediatizada.

E o que é isto de aprendizagem mediatizada? É uma aprendizagem que se baseia numa relação de interação em que o professor, a mãe, o pai, o psicólogo educacional ou outro, interage com a criança de forma a selecionar e interpretar aprendizagens (através do questionamento, transferência de conhecimentos, solicitar justificações, generalização), utilizando estratégias interativas e diversificadas, que vão ao encontro das necessidades da criança e são motivadoras para a mesma. Deste modo, o adulto ajuda a reforçar a autonomia do aluno e contribui para que se sinta mais confiante e capaz de dar o seu próprio significado às diferentes aprendizagens que vamos explorando, revelando disponibilidade para colaborar com a criança e mantendo-se atento às suas reais necessidades e potencialidades.

Este tipo de aprendizagem revela bons resultados não só ao nível académico, mas também contribui para potencializar outras competências transversais: capacidade de organização; reflexão, gestão de tempo, autoconfiança e adaptabilidade a diferentes situações sociais. Tornando as crianças ou jovens melhor preparados para se adaptarem a diferentes situações e aprendizagens futuras, fazendo uso das diferentes estratégias que vamos explorando.

Assim, numa sociedade onde cada vez mais somos quase que “obrigados” a viver de um modo “acelerado” e ao ritmo a que nos impõem, torna-se cada vez mais, essencial pensarmos no verdadeiro impacto da aprendizagem mediatizada e na importância da existência de um mentor ou tutor que acompanhe o aluno, funcione como um modelo e de modo colaborante e motivador, contribua ativamente para o seu desenvolvimento cognitivo e social, tendo sempre presente, que o conhecimento não se transmite, constrói-se e é potencializado cooperativamente.


Texto de reflexão

Referência: Fonseca, V. (2001). Cognição e Aprendizagem. Lisboa, Editora Âncora.

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