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Reflexos e Reflexões

Porque a Responsabilidade é nossa!

Em tempos de COVID-19 e isolamento social, as nossas crianças e jovens deixaram as suas escolas e criaram uma rotina em casa, nunca antes vivida. Esta mudança de paradigma levou a que, naturalmente, vivenciassem momentos de incerteza, incapacidade, stress e estranheza, que se somaram aos problemas que já prevaleciam em contexto escolar, quer na esfera académica, quer na esfera social e das relações, como o bullying e outros comportamentos desviantes.

Para além da promoção do sucesso escolar, a escola, a família e a restante comunidade devem estimular os alunos a reconhecerem em si e nos outros as suas potencialidades e talentos, pois isso irá diminuir os julgamentos, a desvalorização de si mesmos e do próximo e criar um ambiente de maior entendimento e respeito entre todos. Desta forma, e como parte de uma comunidade, assumimos a nossa responsabilidade social e elegemos com naturalidade a intervenção no âmbito social, ao surgir a necessidade de intervir face à problemática do bullying, numa turma do 2º ano de escolaridade, que deu origem ao Projeto de Responsabilidade Social “Vamos falar sobre o bullying”. Nesse sentido, partilhamos a nossa experiência.

Ora, para prevenir e intervir no combate ao bullying é necessário compreender que por de trás de um comportamento agressivo existe sempre alguém que magoa e alguém que fica magoado, sendo importante explorar tanto o lado do agressor como o lado da vítima, tanto as causas de um comportamento agressivo como o seu impacto e consequências.

E como é que sensibilizamos e promovemos a compreensão de ambas as perspectivas?

Através da empatia - essa grande competência, que nos permite colocar no lugar do outro e perceber as suas causas, as suas motivações…a sua história.

E foi mesmo através de uma história, contada em cartas pela robô anfitriã de uma escola, desesperada por combater situações de bullying, que tornámos cada aluno numa peça fundamental para a resolução de dilemas e desafios relacionados com a temática, participando ativamente na conduta de personagens do faz-de-conta, em quem muitas vezes se projetaram e partilharam preocupações e experiências menos boas, e onde, através da construção da narrativa e reflexões em grupo, reivindicaram e expressaram direitos, sentimentos e atitudes como a liberdade, o respeito, o amor, a compaixão e a cooperação.

Tratando-se de um público-alvo infantil, foi especialmente importante ajustar o enredo da história às características da turma e inserir personagens que os alunos já conhecessem e que já fizessem parte da sua rotina escolar, contribuindo para a veracidade e impacto da história, para o envolvimento e entusiasmo dos alunos e para a aquisição das competências pretendidas, pois, para além da empatia, quisemos também promover a resiliência, a responsabilidade, o respeito, a (auto)confiança e partilhar noções mais concretas de como prevenir ou agir perante situações de bullying. Para além disso, o envolvimento dos pais dos alunos e da docente da turma ajudou a expandir a temática a outros contextos e dimensões o que, consequentemente, contribuiu para a consolidação das competências e aprendizagens mencionadas anteriormente.

Por fim, percepcionámos a chegada da pandemia não como um obstáculo, mas como uma oportunidade para explorar as ferramentas do digital e transmitir aos alunos como o bullying poderá prevalecer à distância e perante a situação de isolamento que vivenciávamos, o que se traduziu na exploração de uma forma de bullying cada vez mais recorrente - o cyberbullying.


Não colocamos um ponto final neste projeto nem cessamos a nossa responsabilidade social por aqui…Pelo contrário, vemos neste ano letivo uma janela imensa de oportunidades para continuar a trabalhar junto de si e dos seus e contribuir para tempos mais tranquilos, justos e empáticos. Porque a Responsabilidade Social também é nossa!


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